Thursday, February 3, 2011


SPEACHELESS!
(by Luiz Correa)
A palavra sempre teve imensa importancia em minha vida. A palavra em todas as suas expressoes quer a falada, escrita, musicada, a palavra gestual, a palavra escondida atraves de simbolos silenciosos.
Muitas vezes a eloquencia do silencio tambem causou impacto tremendo em minha caminhada existencial. Pentecostalmente desprezado, o silencio precisa ser redescoberto em sua capacidade de elevar a nossa espiritualidade. O silencio da alma desafiada pelas realidades da vida e que nao encontra os sons capazes de descrever os seus reconditos traz dentro dele o enigma do SER que deseja expressar-se em sua totalidade.
Silenciar pode ter multiplos significados.
Neste momento me soa estranho tentar elucidar em palavras, sons escritos, os significados do silencio!
Silenciar pode significar desde reverencia diante da eloquencia do outro ate o cansaco do argumento que insiste em nao silenciar! Refletindo sobre a palavra (nao a Palavra) busco entender os momentos em que silenciei. Algumas vezes o meu silencio foi criminoso pois diante da injustica permitiu que prevalecesse a iniquidade (injustica). Outras vezes covarde escolhi evitar confronto ou nao prolongar a discussao. Tambem ocorreram os momentos em que o silencio simplesmente expressou o cansaco da expressao!
Ja foi dito que o SER humano tem a necessidade de fazer-se conhecido, e o cansaco dessa missao nos leva a momentos de silencio, como em uma tentativa de SER silencioso.
Ha momentos em que queremos aquietar o barulho da existencia que pulsa dentro de nos desordenadamente. Estes momentos poderiam ser descritos como os insuportaveis sons que ecoam do SER e que gostariamos de silenciar! O proprio silencio parece fazer barulho quando a nossa alma encontra-se desconfortavel. Silencio e palavra parecem um casal imperfeito. Mas, assim como na musica as pausas fazem parte da cancao, assim tambem o silencio e parte integral do discurso, nao importando a sua origem ou intencao.
Nao usarei este artigo para falar sobre o silencio de Deus, mas quao eloquente ele se demonstrou em tantos momentos de nossas vidas! Tambem nao falarei sobre o silencio humano diante das “contradicoes” divinas.
Bem, aquilo que aparentemente era silencio tornou-se em palavras e percebi que tenho silenciado mais nos ultimos anos. Maturidade? Covardia? Reverencia? Omissao? Um pouco de cada um. Mais maduro economizando perolas que outrora desperdicei com os “porcos”. Ja nao mais com a coragem da juventude devo confessar que a covardia quer ser um sinal hipocrita da “maturidade”. Reverente diante da oratoria daqueles que mais eloquentes do que eu em muitas formas fazem-me “economizar” palavras. Omisso diante de tantas palavras soltas ao vento e que justificam-se a si mesmas pela eficacia dos atos que as precederam. Ao fim e ao cabo (a moda portuguesa de expressar) talvez o leitor teria preferido o silencio do autor!

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